“Cada livro de Jack Kerouac é único, um diamante telepático. Com a prosa incrustada no centro da mente, ele revela a própria consciência em toda a sua elaboração sintática, detalhando o vazio luminoso de sua própria confusão paranoica. Esta escrita natural e rica não tem igual na segunda metade do século XX, uma síntese de Proust, Céline, Thomas Wolfe, Hemingway, Genet, Thelonious Monk, Bashô, Charlie Parker e das próprias visões atléticas sagradas de Kerouac.

Big Sur é um relato humano e preciso dos efeitos extraordinários do delirium tremens alcoólico em Kerouac, um romancista superior que teve forças para completar sua narrativa poética, um feito raro entre os escribas que sofrem deste mal – outros sucumbem. Aqui encontramos os poetas de São Francisco & reconhecemos o herói Dean Moriarty dez anos após On the Road. Jack Kerouac era um ‘escritor’, como diz seu grande amigo W.S. Burroughs, e aqui, no alto de seu humorístico gênio sofredor ele escreveu ao longo de toda a desgraça para encerrar com ‘Mar’, um brilhante poema sobre os Sons alucinatórios do Oceano Pacífico em Big Sur.”

Allen Ginsberg